"Portanto, tudo sofro por amor dos escolhidos, para que também eles alcancem a salvação que está em Cristo Jesus com glória eterna." 2 Tm 2.10

segunda-feira, 4 de abril de 2011

VIVENDO PELA FÉ!

Poucas expressões na Escritura tiveram impacto tão duradouro quanto a declaração do Senhor a Habacuque de que o justo, pela sua fé, viverá (Hc 2,4). Se você é protestante no di a de hoje, este versículo tem um papel importante em sua herança espiritual: Martinho Lutero o adotou como seu lema durante a reforma protestante, no começo do século 16.

Mas, provavelmente Habacuque não compreendia toda a dimensão da verdade explosiva contida na declaração de Deus. Ela aparece como parte de um prelúdio a um cântico de provocação que o profeta foi instruído a cantar contra a Babilônia (Hc 2.1-6). O senhor estava explicando por que os babilônicos seriam julgados. Basicamente, eles eram um povo orgulhoso, no sentido de que não temiam a Deus. Por sua vez, a pessoa justa – aquela que merecia a aprovação e a bênção de Deus – cairia nas graças de Deus, por causa da sua fé no Senhor.

Na verdade, a palavra hebraica traduzida por fé, emuná, significa firmeza ou fidelidade. O israelita que segui o pacto com fidelidade, cumprindo a Lei de Deus, era considerado uma pessoa justa ou santa (Sl 15). O que estava em questão não era a etnia judaica da pessoa, e sim a obediência a Deus. O problema dos bailônicos, portanto, não era um problema de etnia, eles serem gentios, e sim o fato de viverem uma vida cheia de perversidade e idolatria. Viviam arrogantemente, como se seus interesses pessoais fosse tudo o que importasse. Por isso, o Senhor os humilharia de acordo com os cinco ais proclamados por Habacuque (Hc 2.6-20).

No Novo Testamento, Paulo destacou a idéia de a pessoa viver somente pela fé (Rm 1.17; Gl 3.10-12). Com a vinda de Cristo, ele nos deu uma compreensão mais aprofundada desta frase. Viver pela fé não significa obedecer à Lei apenas para os outros verem, como muitos líderes judeus daquela época presumiam, e sim comprometer-se de todo o coração com o Senhor, e com o reconhecimento de que apenas Cristo é capaz de tornar alguém justo perante Deus. Isto não elimina a necessidade de viver com fidelidade, segundo Deus, e sim estabelece uma boa base para fazê-lo.


Fonte: O novo comentário bíblico AT, com recursos adicionais. Rio de Janeiro: Central Gospel, 2010, p. 1.376.

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