"Portanto, tudo sofro por amor dos escolhidos, para que também eles alcancem a salvação que está em Cristo Jesus com glória eterna." 2 Tm 2.10

domingo, 26 de setembro de 2010

Para que a Lei?*

Em Romanos capítulo 17, versos 1 a 4, a Palavra de Deus diz o seguinte:

“1. Não sabeis vós, irmãos (pois que falo aos que sabem a lei), que a lei tem domínio sobre o homem por todo o tempo que vive? 2. Porque a mulher que está sujeita ao marido, enquanto ele viver, está-lhe ligada pela lei; mas, morto o marido, está livre da lei do marido. 3. De sorte que, vivendo o marido, será chamada adúltera se for de outro marido; mas, morto o marido, livre está da lei, e assim não será adúltera, se for de outro marido. 4. Assim, meus irmãos, também vós estais mortos para a lei pelo corpo de Cristo, para que sejais de outro, daquele que ressuscitou dentre os mortos, a fim de que demos fruto para Deus.”

Ante tal texto, cabe indagar: se já não estamos debaixo da Lei, por que, então, ela foi outorgada? Não foi outorgada como meio de alcançar a salvação, mas sim como meio de preparar a raça humana para perceber que precisa de um Salvador. A Lei nos torna conscientes de diferença entre o certo e o errado e nos demonstra que o homem, nascido com uma natureza pecaminosa, nunca chegará a obedecê-la plenamente. É só quando damos conta de nossa incapacidade que passamos a desejar um Salvador e damos valor a ele.

Interessante é a retratação da “luta entre nossa natureza pecaminosa e o íntimo de nosso ser.” (Rm 7.14-25). Aqui Paulo apresenta o grande dilemma humano: a luta entre nossa natureza pecaminosa, que quer seguir os próprios desejos, e nossa natureza espiritual, que anseia por obedecer a Deus. A outra lei a qual Paulo se refere no versículo 23 é a própria vontade (que Deus nos deus), a qual, com demasiada freqüência é controlada pela natureza pecaminosa, e não pela espitural e piedosa. A guerra em nosso íntimo provém do fato de sabendo o que é certo, permitimos que nossa natureza pecaminosa nos persuada a fazer coisas erradas, que achamos agradáveis. Paulo expressa sua gratidão a Cristo pela libertação da natureza pecaminosacontra a qual não possuía forças para lutar.

No presente capítulo, fica evidente que, assim como externava Martinho Lutero, tão somente Cristo pode fazer por nós aquilo que em vão fazemos em nosso favor. É uma ilustração do domínio que a Lei pode exercer sobre a alma sincera, deprimida pela incapacidade de viver a altura daquela e do alívio que se acha em Cristo.

“Porque bem sabemos que a lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido sob o pecado; Porque o que faço não o aprovo; pois o que quero isso não faço, mas o que aborreço isso faço; E, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa; De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim; Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; e com efeito o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem; Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço; Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim.” (Romanos 7.14-20)

* Texto escrito com base na obra: HALEY, Henry Hampton. Manual bíblico de Halley. São Paulo, Editora Nova Vida, 2001, p. 610)

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